Thakhek, Laos

Depois da sabatina que foi para chegar em Thakhek, só queríamos dormir e relaxar. Não tínhamos feito nenhuma reserva, pois não tínhamos certeza se conseguirmos chegar naquele dia. Mas acabamos ficando hospedados em um Guest House bem conhecido por quem vai para lá, principalmente para fazer o Loop (The Loop), o Travel Lodge. Básico e barato, mas tinha o que precisávamos.
O Loop consiste em uma volta de aproximadamente 400 km, desbravando cavernas e rios pelo caminho. A maioria das pessoas fazem esse trajeto de moto e levam 3 ou 4 dias. Há alguns vilarejos pelo caminho já preparados para receber os aventureiros. Por questões de tempo e planejamento decidimos não fazer o Loop completo, veríamos apenas o que fosse mais perto.
É possível visitar algumas cavernas de tuktuks em um passeio privado, mas optamos por alugar uma motinho pelos 2 dias que ficaríamos por lá e explorar por nós mesmos. Alugamos com o Mr. Ku, um dos alugueis de moto mais famosos por lá e fica dentro do próprio Travel Lodge. Pagamos cerca de 12 dólares por dia pela motinho automática, a semi era um pouco mais barata, mas o Mauricio não tinha muita experiência, então resolvemos não arriscar. Comparado com os valores de aluguel de moto na Tailândia, achamos os valores de Thakhek bem salgados, entretanto chegamos à conclusão que é pelo fato das estradas serem piores e as pessoas darem pau nas motinhos.
Com o mapa em mãos e uma rota definida, lá fomos nós desbravar Thakhek :)

Mapa do Loop

Caverna do Buda (Buddha Cave)
A caverna fica a cerca de 14 km do centro da cidade pela estrada principal e mais 8 km de estrada de terra. Foi nossa primeira parada. Redescoberta em 2004, a caverna contém mais de 200 estátuas de Buda, a maioria em bronze ou madeira. Devido a isso, há um certo controle de segurança com câmeras de vigilância. Fotos ou filmagens não são permitidas no interior da caverna. Depois de seu redescobrimento, tornou-se o lugar mais sagrado no Laos. Pessoas de todos os lugares do país, vão até lá para rezar e agradecer. A entrada custa 5.000 kip por pessoa (menos de 1 dólar). Por ser um lugar tão sagrado, a vestimenta deve ser apropriada. Para entrar, eu tive que alugar uma "saia", pois estava com um short muito curto para os padrões deles (não tapava os joelhos). Ainda na caverna, mas na parte inferior, há um lago, no qual é possível navegar em pequenos botes. A viagem é rápida, mas muito bonita.

Depois que colocaram a saia, pediram para tirar uma foto comigo :)

Navegando pela Buddha Cave

Nosso marujo com uma das poucas iluminações que haviam por lá

Caverna Xieng Liab (Xieng Liab Cave)
A entrada é um pouco escondida e a sinalização não ajuda muito. Fica uns 2 km depois da entrada da Caverna do Buda pela estrada principal. Não possui nada em seu interior, apenas água. Achamos a mais sem graça das que visitamos.

Lago Tha Falang (Tha Falang Lake)
Localizado a 18 km de Thakhek (16 km pela estrada principal e 2 km pela estrada de terra). O lugar mais parece uma piscina natural, apesar de ser um rio, a correnteza é calma e tranquila. Bastante procurado por turistas e locais para relaxar e fazer um picnic ou churrasco em suas margens. Na hora que chegamos lá, alguns locais estavam recém tirando um peixe da brasa. Tinham acabado de pescar e já estavam saboreando. Fomos convidados a provar e estava delicioso.

Mesa improvisada :)

Caverna Tham Nang AEN (Tham Nang Cave)
Depois da Caverna do Buda, está foi a que consideramos mais bonita e bem cuidada. Fica localizada dentro de um parque há 18 km de Thakhek. Há restaurantes e espaço para churrasco e picnic, acabamos almoçando por lá mesmo. A entrada custa 20.000 kip por pessoa. A caverna é enorme, com vários espaços de oração e agradecimentos. A iluminação dá um efeito fantástico nas formações rochosas. Também há um rio dentro da caverna, mas neste acabamos não navegando.

Caverna Pha Inh (Pha Inh Cave)
A impressão que tivemos dessa caverna é que ela foi abandonada. Há diversas imagens de Buda, porém o local estava cheio de lixo e mal cuidado. Chegamos no final da tarde e foi a última caverna que visitamos. Apesar da má impressão, o local em si é bonito e próximo ao centro de Thakhek, 16 km.

Queríamos visitar mais uma ou duas cavernas que vimos pelo caminho, mas foi ficando tarde e logo logo escureceria. Acabamos deixamos para o segundo dia e fomos aproveitar o pôr-do-sol em uma bela e agradável vista às margens do rio Mekong. Logo que o sol se pôs, fomos dar uma volta na feirinha local, provar as comidas e apreciar os artesanatos e shows culturais.

Escolhendo qual larva comer...

Larvinha

No segundo dia decidimos voltar para o lago Tha Falang e ficar relaxando por lá, fazer um picnic e esperar a hora de seguir viagem. Compramos algumas comidinhas pelo caminho e fomos. Quando chegamos na parte da estrada de terra, algo inesperado aconteceu. Passamos por uma parte com muita areia (tipo de praia) bem fofa, a moto perdeu o controle e o Mauricio na hora do desespero ainda acelerou mais e quase subimos em um barranco, mas no fim ele conseguiu controlar e parar a moto. No entanto, não sei se eu me desequilibrei ou o que aconteceu de fato, mas acabei caindo da moto segundos antes dela parar. Tudo aconteceu muito rápido, eu estava segurando com uma mão só, mas não foi o suficiente. Me espatifei no chão. Ralei o cotovelo, o joelho e a mão. Por sorte estávamos perto do rio. Chegamos lá e conseguimos limpar os machucados na medida do possível. Mas aquilo acabou estragando nossos planos. Não conseguimos relaxar nem aproveitar direito o lugar. Ficamos algumas horas, e voltamos para a cidade, para ir na farmácia e cuidar dos machucados da forma correta.

Mesmo com o tombo, os frangos foram salvos... Ficaram com um pouco de areia, mas isso era detalhe :)

Resultado do tombo :(

Passado o susto e tudo resolvido era hora de seguir viagem. Próximo destino seria Vientiane, porém os horários do VIP (ônibus com ar condicionado) não eram muito convidativos. Como segunda opção, havia um Sleeping bus à 1:00 da manhã, com um detalhe importante, as passagens só são vendidas 3 horas antes do embarque, ou seja, se não conseguíssemos passagem, teríamos que ficar na cidade mais uma noite, ou embarcar no ônibus local (no mesmo estilo daquele que pegamos de Savannakhet pra cá). Mesmo assim resolvemos arriscar. Fomos às 21:30h para a rodoviária e esperamos um pouco até liberarem as vendas. E adivinha? Excepcionalmente, naquela noite, não teria Sleeping bus :(  Pensamos: "é muito azar mesmo". Não tínhamos muita opção, já estávamos preparados para enfrentar outra sabatina, mas os ventos sopraram à nossa favor e às 23:00h o ônibus local apareceu, só que na verdade, era um VIP bus. Feitoooooooo!!!