segunda-feira, 28 de março de 2016

3 dias de trekking no norte da Tailândia


Assim que voltamos para a Tailândia, estávamos decididos a fazer algo diferente do que vínhamos fazendo até então, queríamos menos cidade e mais mato. Chiang Mai pareceu um local perfeito para isso. A cidade fica localizada ao norte do país, quase na fronteira com Myanmar, próximo à diversos parques nacionais, rios e cachoeiras.
Pesquisamos várias agências e os trekkings oferecidos eram basicamente os mesmos. Todos incluíam alimentação, alojamento, um guia local e algumas atividades (elefantes, rafting e cachoeiras). Tínhamos a opção de 1 dia de trekking, 2 dias e 1 noite ou 3 dias e 2 noites. Pelos preços serem similares e as atividades parecidas, optamos por fazer o de 3 dias e 2 noites. Conseguimos um desconto e pagamos apenas 1.200 bahts cada (cerca de 35 dólares). Nosso trekking foi na região montanhosa de Mae Hong Son Area. 

Dia 1
Acordamos cedo e organizamos nossa mochila. Levamos apenas o essencial: protetor solar, repelente, um par de roupas extras, toalha e roupas de banho. Além das máquinas fotográficas e água. O resto das nossas coisas deixamos no hotel que estávamos hospedados.
A jornada iniciou às 9 horas, quando nosso guia nos pegou no hotel. Passamos nos demais hotéis para pegar o resto da turma. No final éramos 12 (1 casal Dinamarquês, 2 Coreanos, 2 Eslovenas, 1 holandesa, 3 alemães), mais o nosso guia, Linn (ou Mr. Holiday como ele gostava de ser chamado). 
Nossa primeira parada foi em uma fazenda de Borboletas onde também é um orquidário. O local era pequeno mas repleto de flores por todos os lados. A área das borboletas era separado e pudemos ver diversas espécies, todas bem coloridas. Foi uma parada rápida, em 20-25 minutos já voltamos para a estrada. Depois paramos em um mercado local para que todos pudessem comprar água, comida ou algo que pudesse precisar nesses 3 dias de trilha. Nosso guia ficou responsável por comprar os ingredientes para preparar nossas refeições.





Mercado local
Do mercado seguimos para a fazenda de elefantes. A parada lá durou uns 50 minutos, pudemos andar em um e alimentá-lo. No início a experiência foi legal, apesar de meio desconfortável. Mas depois começamos a ficar com pena do animal. Apesar de todos falarem que aquele era um bom lugar, não sabemos o quão bem ou não eles são tratados. Depois de conversar com algumas pessoas e ler bastante pela internet aprendemos que os piores lugares são aqueles onde os elefantes fazem truques elaborados como se equilibrar em uma pata, jogar bola, dançar ou pintar. Evitem estes lugares, pois os animais são treinados na base da dor e do medo. Muitos dizem que cavalgar um elefante não faz mal desde que seja um local que imponha limites e não explore demais os animais. Estes elefantes são criados na presença de humanos desde que nascem e treinados com comandos básicos similares aos de adestramento de cães: sentar, caminhar e parar. As melhores fazendas/santuários são aquelas que os elefantes não fazem nenhum truque, que não têm cavalgada ou colocam um limite de no máximo uma hora de cavalgada por dia. Nestes lugares as atividades são cavalgar, alimentar, dar banho e aprender o adestramento básico.







Logo após nos despedirmos dos nossos amigos elefantes, paramos para o almoço às margens do rio, onde foi servido um fried rice enrolado em folha de bananeira e melancia de sobremesa. Comemos, demos uma descansada, olhamos alguns elefantes se banharem no rio e em seguida partimos para a caminhada. Já eram quase 14 horas e o sol estava muito forte. Por sorte o caminho revezava entre mata fechada e estrada. Paramos em uma cachoeira para que pudéssemos nos refrescar.





Caminhamos um pouco mais de 4 quilômetros morro acima, pois a vila onde passaríamos a noite ficava no topo do morro. Chegamos na Lahu Village por volta de 16:30h. Uma pequena vila com cerca de 50 moradores. A casa que ficamos hospedados era de bambu. Consistia basicamente em um quarto grande com todos os colchões no chão separados apenas por mosquiteiros, uma varanda com uma mesa grande (onde ficamos 90% do tempo) e uma pequena cozinha. O banheiro era na parte externa e tinha até chuveiro. Com água gelada, claro. No final da tarde as crianças da vila apareceram por ali e foram o centro das atenções. Falavam poucas palavras em inglês, mas o suficiente para explicar o que queriam. Mexeram nos telefones de todo mundo, pegavam as máquinas fotográficas e queriam tirar foto de tudo. Depois começaram a arrumar o cabelo das meninas, fizeram tudo que é tipo de trança e nós. Para os meninos sobraram as brincadeiras com esforço físico. Elas queriam que ficassem levantando, pulando, girando de um lado para o outro... Brincamos com elas até cansar e anoitecer. Assim que o sol se pôs, começamos a preparar o jantar e acender as velas, pois não havia eletricidade lá. O jantar foi frango com curry, legumes e arroz. Depois do jantar as crianças da vila voltaram e fizeram uma apresentação musical para nós. Cantaram e dançaram. Nos divertimos muito com a criançada. Passamos o resto da noite conversando e jogando cartas. Quando já era quase madrugada, alguns se recolheram e outros preferiam ficar à beira da fogueira com nosso guia e alguns locais tocando violão e cantando. Um dos locais, quando descobriu que éramos brasileiros, ficou puxando conversa sobre futebol. Ele conhecia tudo que é time e jogador no Brasil, falou até do Inter e do Grêmio.

















Dia 2
A noite não foi muito confortável como já era esperado, cama dura e para ajudar o galo cantou super cedo, umas 5h da manhã. Conseguimos dormir novamente, um pouco pelo menos, porém as 8h já o café da manhã já estava servido e todos levantaram.
Nosso grupo teve que se separar, pois algumas pessoas tinham optado pelo trekking de 2 dias e 1 noite. Acabaram indo embora os coreanos, as Eslovenas e a holandesa. 
As 11 horas seguimos nossa caminhada. Dessa vez foi um pouco mais tranquila. A maior parte do tempo era descida. Primeira parada foi em uma cachoeira. Ficamos 40 minutos relaxando e apreciando a natureza.




Seguimos caminhando até a segunda cachoeira. Desta vez ficamos quase 2 horas por lá. Aproveitamos para nos refrescar na água e almoçarmos. Antes de sair da vila nosso guia tinha nos dado um "pacotinho" de folha de bananeira. Dentro tinha noodles com legumes. 






Seguimos caminhando até a terceira cachoeira. No caminho vimos uma cobra enorme, mas nosso guia a espantou a tempo. Chegamos cedo na outra vila onde passaríamos a noite, mas desta vez era uma casa isolada. Não havia vizinhos, não havia praticamente nada, apenas os moradores (um casal local). A casa era no mesmo estilo da anterior, um pouco menor e não tinha chuveiro. Acabamos tomando banho no rio mesmo, onde havia uma jacuzzi natural, conforme nosso guia.





A janta foi sopa de pepino, acompanhado de arroz e frango com moranga. A melhor refeição dos 3 dias! Apesar do local ser isolado, eles tinham cerveja para vender e fez a alegria da turma (mesmo não estando bem gelada). Depois do jantar ficamos bebendo, conversando e jogando carta. Nosso guia nos ensinou um jogo chamado spoon (colher) onde tínhamos que juntar 4 cartas iguais e gritar spoon e pegar uma das colheres a nossa frente (mesmo estilo do dorminhoco). Porém estávamos em 8 pessoa e haviam apenas 6 colheres. Os dois perdedores ganhavam uma marca de fuligem no rosto. A fuligem vinha direto do fundo da panela usada no fogão à lenha. Resultado da noite: todo mundo de cara preta e muitas risadas.

Tudo mundo preparado para pegar a colher - SPOOOOON!!


Resultado da segunda noite =)

Dia 3
Depois de termos ido dormir super tarde, nosso guia nos deu uma trégua e acordamos às 10 horas, ao invés de 9h como era o combinado. Tomamos café e saímos para o último dia de trilha. Caminhamos uns 40 minutos até o rio onde faríamos o rafting. Lá tivemos que nos separar em 2 botes. Os alemães foram em um e nós fomos no outro com o casal dinamarquês.
No início o rafting até foi legal, apesar de não estar tão rápido e agitado como imaginávamos. Mas depois de uns 20 minutos o bote começou a encalhar nas pedras o tempo todo, pois o nível da água estava muito baixo. Levamos mais de uma hora para descer o rio e nos 300 metros finais fizemos o bambu rafting, que nada mais é que um passeio rio abaixo em uma jangada de bambu. Nossa parada final foi para o almoço: fried noodles com vegetais. Pegamos o carro de volta para Chiang Mai, cansados, loucos por uma cama e um banho quente, mas estávamos felizes de termos tido esta experiência e ter feito novos amigos.


Bamboo Rafiting

3 comentários:

  1. qual a operadora usada para fazer o passeio?

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  2. Parabéns galera!
    O pessoal acostuma fazer 1 dia só. As trilhas no percurso de 3 dias não tem fila de mochiléiros.
    Peço desculpas meu pessimo português!

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  3. Obá, aproveitamos para deixar nossos roteiros pela Tailandia!
    https://tuaregviatges.es/asia_thailandia.html

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