quinta-feira, 12 de maio de 2016

Moalboal, Filipinas



Quando chegamos na ilha de Cebu estávamos em duvida de qual praia devíamos visitar. Buscamos informações na internet e com os locais que conhecemos. Depois de muitas conversas e pesquisa, tínhamos 2 opções: ir para o norte, onde existem excelentes praias e outras ilhas menores ou ir para o sul, com ilhas menos turísticas, mas tão belas quanto às do norte. A escolha foi difícil, mas como já estávamos com o intuito de nadar com os tubarões-baleia, e eles se encontram em uma praia específica no sul, acabamos optando por ir para o sul mesmo e descartar o norte. Infelizmente não tínhamos como visitar os 2, pois são mais de sete horas de viagem de um extremo ao outro da ilha, fora as travessias de barco, perder tempo com transporte novamente não estava nos nossos planos.
Destino definido, era hora de decidir pra qual praia ir. Das opções que tínhamos, escolhemos Moalboal, pois além de ter uma infra um pouco melhor que as demais, lá é um dos principais locais de snorkel e mergulho das Filipinas. Saímos de Cebu City por volta das 11:00h da manhã. Foram 3 infinitas horas de viagem. O ônibus não tinha ar condicionado, estava lotado, o sol torrando e a gente se balançando em cada curva que o ônibus fazia, e não foram poucas.
Passado o sufoco da viagem, chegamos no hostel, que para nossa sorte estava vazio. Tínhamos pego um quarto compartilhado, mas como não havia mais ninguém, ficou apenas para nós 2. :)
O centro de Moalboal é pequeno, restringe-se a apenas um supermercado, um Mc Donalds, um 7-Eleven e outras 5 ou 6 lojinhas. Tudo fecha muito cedo (com exceção do 7-Eleven). Se você sair para caminhar umas 8 horas da noite, não vai achar nada aberto com certeza. Não sabíamos disto, e descobrimos da pior maneira: quando estávamos famintos e saímos para jantar. Mas o 7-Eleven nos salvou. O legal do 7-Eleven aqui nas Filipinas é que todos eles (diferentemente de qualquer outro país) têm mesas e cadeiras, ou seja, você pode comprar seu lanche e ficar por ali mesmo. Sem falar que é um dos poucos lugares que o ar condicionado realmente funciona. Chega a dar frio lá dentro. 

Pier de Moalboal


White Beach
Estávamos hospedados no centro de Moalboal, onde não tem praia, apenas um pequeno pier para os pescadores. As praias ficam um pouco afastadas, cerca de 5km. Por aqui o ideal é alugar uma scooter, ou acabará ficando refém dos motoristas dos triciclos, pois como sempre o preço é dado pela cara do cliente. Como já sabíamos disso, sempre chegávamos negociando. Para a White Beach o preço começava em 150 pesos ou mais (+/- 3,50 dólares). Mas no final acabam aceitando por 100. Demos sorte que o dono do hostel que estávamos hospedados nos deu uma carona na ida. Então só tivemos que arcar com o custo da volta.
Para entrar na área da praia, tem que se pagar uma taxa de 5 pesos por pessoa. A White Beach é muito bonita, apesar de mal cuidadada. Não vimos uma lata de lixo nos aproximadamente 2 km de extensão da praia. Mas isto também não justifica a quantidade de lixo que encontramos na areia e na água. Tem de tudo: garrafas de vidro, copos de plástico e até fraudas descartáveis.
A infra estrutura da praia também é bem precária, 2 ou 3 restaurantes. Não há cadeiras nem guarda sol para alugar. Sombra das árvores somente até meio dia, depois esqueça. Em compensação o mar é perfeito! Areia branca, água limpa e cristalina. A vida marinha não deixa por menos. Fizemos snorkel lá e foi realmente lindo. Muitos peixes, estrela do mar e o coral ainda bem vivo. Almoçamos em um restaurante qualquer e ficamos até o sol se pôr, que por sinal foi outra coisa bela de se admirar por lá.



A cor da água impressiona e ao vivo é ainda mais lindo!

Água viva em White Beach
Estrela do mar, ou pelo menos uma parte dela :)




Esperando o sol se pôr!


Panagsama Beach
É outra praia em Moalboal, cerca de 4km do centro. É onde fica a maioria dos hotéis e resorts da cidade. A infra é melhorzinha. Bastante restaurantes e barzinhos. Conseguimos uma carona na ida, na volta, conseguimos negociar o triciclo por 60 pesos. Aqui não tem praia em si, ou melhor, não tem aquela grande faixa de areia que estamos acostumados. A faixa é bem pequena e quando a maré sobe, a faixa desaparece.
A praia é usada de ponto de partida dos barcos de mergulho e passeios. A principal e a mais famosa atração de Panagsama Beach é o Sardine Run. A "corrida das sardinhas" é um fenômeno natural onde um cardume gigantescos com centenas de milhares de sardinhas nada em perfeita sincronia. Aqui e um dos poucos, senão único, lugares do mundo onde é possível vê-las o ano inteiro.
Para ver o Sardine Run não precisa pagar nada, basta entrar na água e nadar! Pegamos nossos snorkel e fomos atrás delas. A poucos metros da costa (talvez uns 80-100), as encontramos. Nadando em total sincronia como se fosse um balé. Não sei se o que nos impressionou mais foi a quantidade ou a perfeição como nadam juntas. Ficamos horas ali observando. Às vezes sumiam, mas passavam-se alguns minutos e quando olhávamos para o outro lado, lá vinha aquele cardume gigantesco. Foi uma experiência única!
Deixamos as sardinhas e seguimos nadando para explorar outros locais mais para beira da praia. De repente nós demos de cara com tartarugas marinhas se alimentando. Nadando e comendo sem pressa, apenas aproveitando. Ficamos um tempão tentando acompanhá-las de um lado para outro, até nos cansarmos e resolvermos sair do mar. A vida marinha em Moalboal é realmente muito rica. Além das sardinhas e das tartarugas, vimos muitos corais, estrelas do mar de todas as cores, água viva, peixes coloridos.





Indo ao encontro das sardinhas - 1
Indo ao encontro das sardinhas - 2

Tentando acompanhar a tartaruga....




Kawasan Falls
Nas Filipinas existem inúmeras cachoeiras, mas Kawasan é a mais famosa delas. A água é tão azul e cristalina que mais parece efeito de Photoshop. Ela fica  localizada ao sul da ilha de Cebu, na cidade de Badian, dentro de um parque com diversas outras cachoeiras. Pegamos um ônibus bem cedinho em Moalboal e em menos de 40 minutos estávamos lá. A entrada na cachoeira custa 40 pesos filipinos. Tínhamos lido que era 10, então questionamos na entrada e a mulher nos disse que o valor anterior foi válido por cerca de 30 anos, mas que desde 2013 o novo valor está em vigor. Pagamos e entramos no parque. Caminhamos aproximadamente 1 km até nos depararmos com a famosa cachoeira e ela é realmente faz jus à fama. Ficamos pouco tempo ali. Tiramos algumas fotos e seguimos para a segunda cachoeira. 
A segunda cachoeira não tem a mesma fama, mas também é muito bonita. A água não é tão azul, talvez seja devido à vegetação ao redor e pelo fato de pegar mais sol e alterar a iluminação... Optamos por ficar na segunda cachoeira mesmo. Havia bem menos pessoas do que na primeira. Há diversas mesas e cadeiras que podem ser alugadas, eles tentam te alugar a todo custo, mas você não é obrigado. Nos recusamos a pagar 300 pesos para isso, então achamos um cantinho e largamos nossas coisas.
Ao poucos foi chegando gente e mais gente. Quando era perto do meio dia estava completamente lotado. O dia estava lindo, ensolarado, até nos fez esquecer do quão gelada estava a água. Em ambas as cachoeiras há alguns pontos onde é possível e seguro pular. Todos com diferentes níveis de dificuldade (ou seria de coragem?), indo de poucos metros até cerca de 20m de altura. Depois de ver algumas pessoas pulando e uma dose extra de coragem, subimos lá e pulamos também. A sensação de medo e adrenalina é engraçada, toma conta da gente e some em poucos segundos, assim que o pulo termina. Ficamos boa parte do dia por ali, nadando, pulando e relaxando.
Na hora de ir embora passamos na primeira cachoeira novamente. Estava lotada master! Quase impossível achar um cantinho vazio, mas entramos assim mesmo. A água era ainda mais gelada. Já era mais final de tarde e a sombra tinha tomado conta. Ficamos um pouco por ali até decidirmos voltar para Moalboal.

Primeira cachoeira - Kawasan
Primeira cachoeira - Kawasan
Por dentro da Kawasan
Segunda cachoeira
Segunda cachoeira
Segunda cachoeira


Tubarão baleia 
Não, em Moalboal não é possível nadar com os tubarões. Mas em Oslob sim. A cidade fica do lado oposto da ilha, cerca de 2 horas de ônibus até lá. Como queríamos muito nadar com eles e vê-los de perto, enfrentamos a sabatina. Acordamos bem cedo, às 6 horas já estávamos na parada de ônibus. Esperamos quase meia hora até pegarmos o ônibus até Liloan (cidade mais ao sul da ilha) onde é o ponto final da linha. Lá tivemos que pegar outro ônibus, e este sim, nos deixou na entrada do local onde organizam os barcos para ir até o ponto onde ficam os tubarões.
Pagamos 1100 pesos cada (cerca de 25 dólares). 1000 para o barco e 100 para usarmos a estrutura do lugar (lockers, chuveiro e banheiro). Também está incluído no valor o snorkel e o colete salva vidas. 
Conhecemos uma brasileira no ônibus e ficamos juntos aguardando o momento de pegar nosso barco para ir ao encontro dos tubarões. Enquanto aguardávamos, ouvimos algumas instruções do que pode e o que não pode fazer enquanto estiver na água com os animais, como por exemplo, não chegar muito perto, muito menos tocá-los. Haviam barcos de diversos tamanhos, mas demos sorte pois quando chegou a nossa vez o barco era pequeno e foi apenas nos 3 e mais os remadores.
Os barcos ficam parados em filas, uns 15 no total. Um deles fica no meio jogando comida para os tubarões, fazendo com eles passem pelo meio dos barcos para que todos possam vê-los. Nessa hora quem desejar pode ficar na água ou ver de cima do barco mesmo. Não pensamos 2x e nos atiramos no mar. Foi incrível ver aquele gigante do mar de pertinho. Passaram vários pela nossa frente! Uns passavam tão perto que pareciam que iam virar o barco, mas seguiam nadando como se não houvesse ninguém por perto. Um passou tão perto que bateu com o rabo na gente!!! A pele tem uma textura muito estranha, na hora que bateu o susto foi grande hehehe. Ficamos ali uns 25-30 minutos que passaram voando. Voltamos para o barco e nos despedimos dos nossos amigos tubarões. Voltamos para tomar um banho, pegar nossas coisas e seguir viagem. 


Barcos enfileirados observando os tubarões



Selfie com o tubarão-baleia




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