quinta-feira, 19 de maio de 2016

Siquijor, Filipinas


Passado o sufoco que foi para chegar, estava na hora de desbravar Siquijor. A ilha é conhecida e denominada pelos filipinos como a Ilha Mística (Mystical Island). Existem muitas crenças e mitos sobre a ilha, o que por um lado acaba sendo um atrativo para diversos turistas, por outro, acaba espantando alguns.

Muitos filipinos com os quais conversamos, quando mencionávamos que estávamos indo para Siquijor, eles falavam que na ilha existem bruxas e outros seres místicos e que eles mesmo nunca vieram para cá. Foi engraçado, pois quando chegamos em Siquijor, não vimos nada disso. Nenhum motivo para tal fama, mas crenças são crenças e fazem parte da cultura deles. 

Diferente de Cebu, a ilha de Siquijor é bem pequena. Em menos de 2 horas é possível dar a volta completa na ilha de carro ou moto. Ficamos hospedados na praia de Dumanhog, que fica a 2 km do centrinho da ilha e do porto. Nosso hotel era na beira da praia, abríamos a porta do quarto e lá estava aquele marzão. A praia não era das melhores para fazer snorkel, mas só de ter aquela vista já estávamos mais do que satisfeitos.


Vista que tínhamos todas as manhãs!
Apesar de Siquijor ser uma ilha relativamente pequena, se locomover de um lado para o outro pode sair caro. Não há transporte público, apenas os triciclos, que como sempre são bem mais caros para turistas. Para não ficarmos dependentes deles, e por ser um jeito mais fácil e prático de explorar a ilha, acabamos alugando uma scooter.


Posto de gasolina

Siquijor - Centro 
O centrinho da cidade é minúsculo. São 5 ou 6 ruas principais com comércios em geral, uma igreja, 2 bancos e alguns (poucos) restaurantes. Na margem da praia há um calçadão onde todo final de tarde diversos locais montam suas barraquinhas de comida e bebida. O pessoal aproveita para ver o pôr-do-sol e comer um balut. Passamos pelo centro algumas vezes quando tínhamos que comprar alguma coisa ou comer algo. Nos demais dias acabávamos comendo no hotel mesmo, pois a comida era boa e o preço compensava. 




Vai um ovinho aí?


Peixe Spa
Sabe aqueles aquários gigantes com centenas de peixinhos que ficam comendo o pé das pessoas? 
Pois é, em Siquijor há um destes bem grande e coletivo. A entrada é simbólica (5 pesos = 10 centavos de dólar) e você pode ficar ali o tempo que quiser. Achamos os peixes bem maiores do que estávamos acostumados a ver nos outros aquários e alguns até doíam as mordidas que eles davam. Ficamos uma meia hora por ali. No local também há algumas lojinhas de artesanatos. 


Spa de peixes :)

Tubod - Santuário Marinho 
Fica localizado na praia de San Juan e é considerado um dos melhores pontos de snorkel e mergulho da ilha. A entrada custa 50 pesos por pessoa se for para fazer snorkel, ou, 100 se for para mergulhar com cilindro. A área é cercada para evitar que barcos passem por ali. O tempo estava meio nublado quando entramos na água, mas em seguida o sol deu as caras, deixando o mar ainda mais bonito. A água é limpa e cristalina, a visibilidade muito boa, possível ver vários metros de distância. Ficamos fazendo snorkel por alguns minutos, mas logo começamos a sentir algumas picadas, ou melhor, queimadas na pele. Eu saí da água, não aguentei. O Mauricio, mais corajoso, ficou por lá mais uns 15-20 minutos, que segundo ele, valeram muito a pena. A vida marinha ali era muito diversificada, variadas espécies de peixes, corais coloridos, estrelas do mar, ouriços e até uma cobra marinha e o Nemo, que nem foi preciso procurar muito :p
Estávamos em duvida se a queimação que havíamos sentido era água-viva ou os corais se reproduzindo, pois eles soltam substâncias na água. Mas falamos com o segurança do local e ele tirou nossa dúvida, disse que é bem comum ter água-viva por ali. 








Achamos o NEMO
Cobra Marinha

Cachoeira Cambugahay 
Fica localizada próxima à praia de Maria. À entrada na cachoeira é gratuita, eles cobram apenas o estacionamento. Chegamos lá próximo do horário do almoço e vimos muitos locais fazendo churrasco ou picnic na beira da cachoeira, mas na cachoeira em si haviam poucas pessoas. 
A água como esperado, estava bem gelada, mas o dia estava quente e foi ótimo para nos refrescarmos. A cachoeira não é muito grande, tanto a queda como o espaço para banho são pequenos. 




Jumping!!

Novos amigos locais

Praia de Salagdoong 
Talvez seja a praia mais visitada e turística de Siquijor. Mas achamos uma exploração, eles cobram 25 pesos por pessoa pela entrada e mais 20 da moto. Mas mesmo assim pagamos e entramos na praia. 
A infra é legalzinha. Tem um restaurante bem grande e diversas cabaninhas na margem da praia. A maioria estava ocupada por grandes grupos de locais, que comiam, bebiam e cantavam terrivelmente no karaokê. Já o espaço de areia é bem restrito, praticamente impossível esticar um canga por ali ou colocar uma cadeira. Acabamos ficando em uma cabana mais afastada da muvuca. Almoçamos e ficamos observando as pessoas pularem do alto das pedras. Passado um tempo, o Mauricio criou coragem e foi lá pular também. 






Passados os dias de descanso e curtição em Siquijor, era hora de seguir para o nosso próximo destino, a ilha de Bohol. Tínhamos lido na internet que havia um ferry direto de Larena, outro porto na ilha de Siquijor direto para lá. Alguns dias antes do nosso embarque fomos até o porto para conferir a informação. Realmente há um ferry direto, que parte aos domingos, terças e quintas, sempre às 19 horas. Mas como nos demais portos, as passagens não são vendidas antecipadamente. No dia do nosso embarque fizemos o check-out do hotel e fomos direto para o porto comprar as passagens. Quando chegamos no porto, o guichê estava fechado com uma placa "fully booked", ou seja, não haviam mais passagens para aquele dia. Nos olhamos e pensamos, já vi esta história... Não nos conformamos e ficamos esperando alguém para perguntar se era verdade mesmo, pois o motorista do triciclo que havia nos levado, nos disse que as vezes eles colocam a placa, mas ainda há passagens. Logo uma atendente apareceu e confirmou o que tanto temíamos. Realmente não haviam mais passagens. 
Pegamos um triciclo novamente, desta vez até o outro porto, o mesmo que havíamos desembarcado na chegada à Siquijor, no qual tentaríamos comprar uma passagem para Dumaguete mesmo. Nessa altura já tínhamos até mudado nossos planos, desistimos de ir para Bohol, decidimos voltar para Cebu e achar algum outra praia por lá mesmo. Estávamos cansados desta história de pegar ferry toda hora, sem falar que dali a poucos dias tínhamos que ir embora das Filipinas e com estes transtornos todos não queríamos correr o risco de perder nosso voo. 
Porém, quando chegamos no porto, aquela história de sempre: lotado, gente para lá e para cá e nenhuma informação. Saímos perguntando de guichê em guichê e para nosso azar, nenhuma companhia tinha mais passagens para aquele dia. 
Sem mais opções de sair da ilha, alugamos uma moto e fomos procurar algum hotel, pois o que estávamos nas noites anteriores já não tinha mais vagas. Saímos rodando e parando nos hotéis pelo caminho e todos estavam lotados. Começamos a ficar preocupados, mas depois de diversas tentativas, finalmente conseguimos achar um guesthouse com quarto disponível em San Juan. Era um pouco acima do valor que estávamos procurando, mas foi o que apareceu. Como esperado, eles não aceitavam cartão (igual a maioria dos lugares nas Filipinas), tivemos que pagar em dinheiro e ficamos praticamente zerados. O que havia sobrado mal dava para jantar. 
Voltamos para o centro da cidade e tentamos fazer um saque em um dos 2 ATM's que existem ali. Tentamos umas 5x no mínimo e sempre dava erro ou não completava a transação. Tentamos os outros cartões que tínhamos e nada. Fomos até o outro ATM e não estava funcionando porque não tinha luz no prédio. Lembramos que tínhamos alguns dólares guardado para emergência, a solução era trocá-los. Fomos até a casa de câmbio, mas chegando lá ficamos sabendo que eles só faziam o câmbio de valores acima de 50 dólares e a taxa de conversão era terrível, super desvalorizado. Voltamos no ATM para fazer uma última tentativa de saque e que para nossa surpresa acabou funcionando. Saímos de lá faceiros e com dinheiro no bolso. Paramos no primeiro restaurante que achamos, não bastasse a correria e todas as coisas erradas que tinham acontecido naquele dia, queríamos mais era comer bem e descansar, ainda conseguimos pegar um pôr-do-sol bem bonito próximo do restaurante.


Nossa última janta em Siquijor, depois de um dia cheio
De barriga cheia e mais relaxados, voltamos para o hotel. No hotel havia uma pequena trilha que levava até a beira do mar. Como não havia iluminação alguma nas proximidades, era um ótimo local para observar o céu estrelado. Ficamos um tempão por ali, escutando o mar, vendo as estrelas e alguns vaga-lumes piscando na nossa volta. Foi o suficiente para esquecer de todos os problemas que tivemos durante o dia... No dia seguinte lá fomos nós para o Porto, mas dessa vez deu tudo certo. Passagens na mão embarcamos de volta para Dumaguete. 

Ferry Ocean Jet para Dumaguete

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