domingo, 15 de maio de 2016

Tentando ir para Siquijor...


Siquijor fica localizada em uma ilha ao sul de Cebu e acabou sendo nosso destino assim que saímos de Moalboal. Mas chegar até lá não foi nada fácil.... Muito pelo contrário, por pouco não desistimos. 
Atualmente, quem sai de Cebu precisa pegar 2 ferries até Siquijor, pois não há nenhuma empresa que faça este caminho direto. E o que deveria ser um trajeto de não mais do que 3-4 horas, acabou nos tomando praticamente dois dias inteiros. 

Liloan (Cebu) até Sibulan (Negros)
Nossa jornada começou assim que saímos de Oslob, onde tínhamos ido ver os tubarões-baleia. De lá pegamos um ônibus até o porto de Liloan e então embarcamos no ferry até Sibulan, na ilha de Negros. Os portos de ambos os lados são bem pequenos, acreditamos que seja usado apenas para fazer este trajeto. Há ferrys de hora em hora, mas eles não respeitam muito os horários e costumam sair assim que o barco enche. Pagamos 65 pesos pela passagem, onde já estava incluída a taxa do porto. A travessia foi bem rápida e tranquila, em menos de 40 minutos desembarcamos em Sibulan, que fica a aproximadamente 5km do porto de Dumaguete. Pegamos um jeepney e chegamos lá pouco antes do meio dia.

Vista do porto de Liloan
Chegando em Sibulan

Dumaguete (Negros) até Siquijor 
O porto de Dumaguete é bem maior que os 2 anteriores. Dele partem diariamente dezenas de ferries para os mais diversos lugares. É o maior e mais importante porto da ilha de Negros. Quando chegamos lá, ficamos espantados com a quantidade de gente que estava esperando para embarcar ou para comprar passagens. Mas era uma desorganização gigantesca! Havia gente por todos os lados. Não havia fila, muito menos algum tipo de informação disponível.
Próximo aos guichês de venda, todo mundo se empurrando, se cotovelando. Nem sabíamos por onde começar. Paramos em um canto, eu fiquei cuidando das nossas coisas e o Mauricio se jogou na multidão para tentar descobrir algo e comprar as passagens. Quase uma hora depois, ele voltou, suado, sujo, cansado e o pior, com algumas informações não muito boas:

  • Era sábado, e na segunda-feira seguinte aconteceriam as eleições presidências do país, ou seja, todo mundo estava voltando para sua cidade de origem para votar, desta forma, os ferries estavam priorizando as vendas de passagens para os locais;
  • Não haviam mais passagens para aquele dia;
  • Para piorar a situação, eles não vendem passagens antecipadas. Você só pode comprar no mesmo dia do embarque. 
Não tínhamos muita escolha, senão passar a noite em Dumaguete e tentar novamente no dia seguinte. Saímos do porto e fomos almoçar e procurar uma internet para reservar algum hotel por ali. Por sorte conseguimos um com o preço em conta e próximo ao porto.
Estávamos tão cansados, estressados e tensos com a situação que nem vimos nada da cidade. Saímos apenas para jantar e voltamos para o hotel, pois sabíamos que o dia seguinte poderia ser tenso novamente. 

Dumaguete (Negros) até Siquijor - tentativo nº 2
No dia seguinte acordamos cedo e fomos direto para o porto tentar comprar as passagens. A situação estava igual, senão pior, que o dia anterior. Muita gente dormiu no porto para garantir sua passagem, estava muito calor, um empurra-empurra sem fim. Desta vez o Mauricio ficou mais de 2h no meio da multidão tentando comprar as passagens, e adivinhem? Voltou de mãos vazias.... 
Assim que ele voltou avistamos um casal de gringos pagando a taxa de embarque e resolvemos perguntar como eles tinham conseguido comprar as passagens. Eles nos contaram que tinham passado pelo mesmo sufoco que nós no dia anterior, mas que no hotel que eles tinham passado a noite havia uma agência de turismo que vendia as passagens, com uma certa comissão, é claro (mais do que 3x o valor), mas que era garantia de embarque. Eles também disseram que uma outra alternativa poderia ser que talvez os motoristas dos triciclos tivessem passagens sobrando, que poderíamos tentar comprar com eles, caso estivéssemos dispostos a pagar um pouco a mais do valor original. Gratos pelas dicas, nos despedimos deles e ficamos ali matutando. Ok, não tínhamos muita escolha. Ou era isso, ou perderíamos mais um dia nesta função. O Mauricio pegou um dinheiro extra e saiu à procura dos "cambistas". Passados uns 15 minutos ele voltou faceiro e com as passagens na mão. E adivinha quanto pagamos no final das contas? O preço original (130 pesos = 3 dólares). Isto mesmo... Antes de sair à procura dos cambistas ele tinha passado novamente pelos guichês, aqueles mesmos nos quais haviam pessoas infinitas minutos antes, mas desta vez, por uma sorte do destino, um deles estava mais vazio e ainda tinha passagem para o ferry das 16:30h. Detalhe: não era nem meio dia ainda, mas tudo bem, pelo menos estávamos com as passagens na mão e com a garantia de que embarcaríamos naquele dia. As horas até que passaram rápido e quando faltava pouco mais de 1 hora para o nosso ferry, pagamos a taxa do porto (15 pesos) e entramos para a área de embarque.
Se do lado de fora estava cheio, lá dentro estava pior ainda. Não haviam mais lugares para sentar, a ventilação era precária e a limpeza deixava a desejar. Achamos um canto próximo da porta e sentamos no chão mesmo. Ficamos ali aguardando nosso ferry chegar. Para variar, atrasou. Acabamos embarcando já passavam-se das 17h, mas finalmente conseguimos partir para Siquijor. A viagem durou uns 45-50 minutos e foi tranquila, apesar de barulhenta. 


Os ferries são tão seguros que todo mundo viaja preparado...
Não conseguimos ficar com os coletes, eles cheiravam muito mal... hahaha

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